e por falar plantinhas…

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eu sempre sou muito “intensa” em tudo que faço. quando trabalhava, meu nome era trabalho. enfiava a cara e esquecia do resto do mundo. até porque fazer produção tem que se dedicar mesmo, se não for assim não acontece do jeito que é pra ser.
agora nessa vida de vadiagem, comecei a gostar de ter plantas. quando me mudei ano passado pra um apto com terraço e quintal, a curtição aumentou. na mudança pra cá a maior preocupação era de como transportá-las. o carro veio cheinho com elas.
agora a primavera chegou e me empolguei com as flores. gente de deus, eu acabei de contar quantos jarros, entre grande, médios, pequenos e miúdos eu tenho que cuidar: 51!!!. uia! e a variedade é grande: tem espada de são jorge, bromélia, lírio da paz (2, uma o paul encontrou no hall do prédio no dia que chegamos com um bilhete: “take it”), babosa (2), bambu-chines (2), pé de elefante, violetas (9), uma parente da palmeira (a primeira que compramos ainda em nyc), gerânios, lavanda, gérbera, comigo-ninguém-pode, papoula (pro pessoal do sul é hibiscus), florzinhas que num sei o nome (caixa, jarro grande e vários jarrinhos espalhados pela casa), suculentas, rouxinha e folhagem que também não sei como chama.
estarei obEcecada? nem sei, só sei que gosto bem muito de cuidar, ver crescer, florescer. já que num gosto de ter bichos de estimação, adotei as plantas pra me fazerem companhia e me mostrar o tempo todo a magia da natureza.
é verdade que às vezes me sinto bem abestadinha conversando com elas, mas dizem que a idiotice faz bem pra saúde. então pronto.
[quando estava escrevendo esse post, chegou um e-mail da querida leila com essas tirinhas. haja sincrônia!! valeu leiloca!]
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num preciso dizer mais nada né? ehehe
um ótimo fim de semana prá nós!

welcome to our town

package_1.gif além de muitas outras diferenças entre nyc-hoboken e annapolis, é o tanto de junk mail (propagandas pelo correio) que a gente recebe. a caixa só falta não caber tudo. todo santo-dia tem catálogo, jornais e muitos folders.
semana passada chegou um envelope que o paul não abriu. dias depois eu tava arrumando a casa e resolvi abrir antes de jogar no lixo. pois era uma coisa muito legal. uma carta de boas-vindas à cidade e sete cupons de lojas e restaurantes com brindes pros novos moradores:
* True Value – kit de mudança: duas cópias de chaves, 4 lâmpadas, uma extensão, saco de lixo, uma garrafa spray, ganchos para quadros, panos úmidos de limpeza e uma chave de fenda.
* Seymour’s floral: um arranjo de flores
*UPS store: 400 etiquetas de endereços
*Roccos’s Pizzeria: uma pizza grande
* Annapolis Tire Center: 25 dólares na compra de pneus, troca de óleo, alinhamento, etc
*chick-fil-A: duas “combo meals” (duas refeições)
* Mexican Hot: 10 dólares em qualquer prato.
eu achei esse marketing super interessante, só não sei através de que eles sabem que a gente mudou. companhia de telefone? provedior de internet? o próprio condomínio? quero nem saber, eu vou já começar a usar os cupons!

o primeiro jogo de basebol

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essa “virgindade” eu podia ter mantido, mas nem doeu. também não vou mentir e dizer que foi um grande prazer e que tou louca pra “fazer” de novo.
bom, o tal ingresso era bacana: dava direito ao estacionamento, cadeiras na beira do campo, comida e bebidas “de gratis”. quer dizer…tinha um buffet num local mais acima com: salsicha, linguiça, salada de macarrão, peru, agua e refrigerante. cerveja era paga, e cara! nas cadeiras tinha: cachorro quente, nachos, pipoca, amendoim e sorvete. pra quem gosta de junk food o menu tava perfeito.
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o paul ja tinha tentando me explicar as regras enquanto via pela tv e não fazia nenhum sentido pra mim. vendo “ao vivo e a cores”, digamos que agora eu entendo 40% das regras.
ontem ele ficou me explicando a cada jogada e eu ficava com aquela cara de paisagem. dai de repente todo mundo levantava e gritava e eu era única que não se mexia. menino de deus, é muita marcação. se a “bola isso”, se a “bola aquilo”, pra depois ir pra outro canto onde contava mais umas tres coisas. nammmmmmmmmmmmm.
e eu pergunto a voces:
a) serei eu burra?
b) é porque é uma coisa cultural e só entende mesmo quem nasceu e passou a infância vendo isso?
c) eu sou uma pessoa muito rabujenta e pouco aberta pra assimilar a cultura alheia?
d) esse esporte é besta mesmo??
e) todas as alternativas anteriores
e o mais interessante nesse esporte é que o final do campeonato se chama “world series” (série mundial), mas só tem time daqui memso. num sei se caio na gargalhada ou se rosno.
eu só espero que o chefão não venha com cortesias para jogo de futebol americano. ah não! aí num vai ter “bom tom” nem tolerância. eu mesminha que não vou sair do meu canto pra ir ver uma ruma homem se agarrando no meio do campo. diabo é aquilo heim? a bola tá lá na casa do chico e os caras se agarrando aqui do outro lado.
sinceramente? honestamente? eu acho que são um bando de viados enrustido que ficam se roçando o tempo todo. só pode ser. ficam só esperando a hora de cairem no chão e ficar uns por cima dos outros, né naum?
me perdoem, acabei de ter um ataque de velha-lilia. passou, passou.
deixa eu cuidar das minhas plantinhas que é melhor. fui!

flôr de péssego

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[na minha câmera velha, eu botava opção “flôr” e conseguia fazer fotos bem de perto com foco perfeito. nessa nova eu boto a mesma opção mas fica sempre desfocado 🙁 não tenho a menor paciência pra ler manuais, o jeito é voces me desculparem 🙂 ]

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sábado teve muito papo em portugues. reencontrei a carla e conheci a denise em washington DC. pegamos as duas donzelas no “meio da rua” e fomos almoçar em alexandria. comida tailandesa, bebidinhas e muita conversa boa. ingredientes perfeitos para alegrar o coração num sábado de primavera. valeu meninas!

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e agora tou saindo pra assistir, pela primeira vez, um jogo de basebol. claro, que a diversão não é garantida porque eu mesminha num entendo bufulhas, ops, bulhufas das regras deste jogo. masssssssssss, o ingresso foi cortesia do chefão e me parece o que o negócio é metido a bacana. então lá vai a “tabaréu cearense” passar bem de novo: comidinhas e bebidinhas à vontade no estádio. hohoho. amanhã eu conto “de um tudo”.

hoje tem festa no céu!

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meu querido pai,
eu sei que voce entende minhas palavras que são tradução mal-feita dos meus sentimentos.
algumas pessoas podem se assustar com meu jeito de traduzir, mas eu sei que voce sabe direitinho o que vou falar. alias, pelo sr. nem precisava falar porque dai de cima voces tem esses super-óculos e podem ver tudo, né? mas sou eu que preciso dizer.
sabe pai, eu só tive duas grandes dores na minha vida. eu falo de dor de mesmo, de verdade, daquelas que a gente não consegue descrever. talvez um grande poeta consiga uma imagem, mas eu não sou poeta pai, e a dor que eu senti na sua partida me despedaçou todinha. voce lembra né? aqueles dias em que o medo se apoderou do meu corpo todo e que fiquei encolhida na cama, tremendo como se eu tivesse nua no polo norte. ai que frio. a mulher destemida virou pó de medo.
normalmente as pessoas dizem que perderam o chão… eu dizia que tiraram meu teto e dali pra frente eu teria que “negociar” diretamente com deus, sem voce pra mediar.. eu estava enganada, meu pai. agora mais do que nunca tenho um mediador me aproximando do pessoal aí de cima.
hoje, voce sabe melhor do que ninguém o quanto a sua partida foi importante pra mim. parece que voce ficou mais perto, ou melhor, ficou dentro. agora eu respiro fundo e sinto voce inteiro, me protegendo. me guiando. me iluminando, me dizendo as coisas que eu teimava em não ouvir. agora eu não só escuto e entendo, como sigo cegamente.
depois que o sr. partiu eu mudei tanto. depois que eu fui colar meus pedaços espalhados, eu me juntei de um jeito melhor, pai.
voce me fez uma pessoa feliz. mais feliz ainda. antes eu já me sentia privilegiada de ter nascido de voces e ter crescido rodeada de amor, carinho e valores impecáveis.
não posso me sentir de outro jeito, a não ser grata! é assim que eu acordo todo dia: vestida de gratidão. e por isso estou aqui, mais uma vez pra lhe agradecer. pra dizer o quanto eu te amo. este amor que é eterno mesmo, chama que não apaga nunca, transcende o corpo porque é amor da alma pai.
hoje tem festa no meu coração porque é aqui dentro onde voce ficará vivo, sempre!
se o sr ainda tivesse corpo tava fazendo 79 anos hoje. como agora só tem “alma” não tem mais idade, virou amor.
update:
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tinha acabado de chegar em casa. o tempo tava bem fechado e de repente o sol achou uma brecha no meio das nuvens-cor-de-chumbo. peguei câmera e fui pra varanda contemplar.
mais de repente ainda, vejo um lindo arco-íris, daqueles inteirinho, que dá vontade de sair escorregando.
o aniversário é do meu pai, mas quem ganhou presente foi eu. uia!
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mas o mais louco é que enquanto fotografava não vi essa lua… o paul tava comigo na varanda e também não viu, mas quando transferi a foto apareceu, simples assim. coisa boa é receber presente desembrulhado :-))

tem dias que parece que o sol ta rasgando as nuvens…

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tem outros dias que ele chega assim, uma bola vermelha que como disse uma amiga, parece que tem sabor

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o sabor eu não sei, mas me deixa o dia todo com gosto bom na boca!
eu até tento ter saudade da vida em hoboken-nyc, mas é difícil com esse previlégio visual todas as manhãs.
p.s: de uns tempos pra cá eu não tenho postado todos os dias. motivos: concentrada no direcionamento da minha vida, ocupada e doidinha com as mudanças todas, juízo oco e também porque a maioria das pessoas não rolam a barra pra baixo pra ler o post anterior, só lê o post atual, então passei a postar 2-3 vezes por semana.
acontece que ultimamente eu ando abundante: cheinha de energia. cheinha de foto. cheinha de coisa no juízo. então, daqui pra frente, pessoas lendo ou não lendo, vou postar “de um tudo” até esvaziar!
p.s.II: abaixo tem “primavera bela” e baixando mais, “o dia que uma tabareu cearense foi jantar na mansão do patrão do marido”.
update p.s.III:
coments1.jpg eu normalmente respondia alguns comentários por e-mail e ontem resolvi que vou ficar respondendo por aqui mesmo. e passeando agora na sheila achei esse banner e roubei pra cá 🙂

o dia que uma tabareu cearense foi jantar na mansão do patrão do marido

eu passei a vida escapando de compromissos sociais. não tenho o menor saco pra essas coisas, a começar pelo vestir. gosto de me vestir o mais básico possível. nunca tive “roupa pra sair”. minhas roupas são simples e quero ir pra todo canto com elas. então quando aparece um evento que me “pede” pra vestir do jeito que num sou eu, nao quero! são resquícios da lilia-intolerante.
mas é de ‘bom tom” (odeio bom tom) que a mulher acompanhe o marido, principalmente quando o jantar é uma comemoração na casa do novo-patrão do novo-emprego. ou seja, nem pensar em tentar escapar.
então tá, vamos lá. se fosse no verão o “problema” da roupa estava resolvido com o tubinho-preto-básico. mas ainda ta friozinho e aí improvisei uma coisa que ficou até bacana.

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mas eu quero mesmo é contar como é a casa do patrão. ele mora afastado de qualquer coisa, numa propriedade imensa onde moram muitas outras pessoas da mesma família. a mansão dele é a última de todas e juro que nunca tinha estado num palacete daquele modelo. pra começar a casa não parece “de mentira’ como a maioria por aqui. pode até ser que seja, com paredes de compensados, mas tive a impressão que era de verdade.
ao chegar vem a parte que mais me incomoda: ser apresentada a todos, apertar a mão de todos, dizer meu nome acompanhado de “nice to meet to you”. por que será que eu sou assim, heim?
mas os anfitriões me pareceram bem agradáveis, sem muita onda.
as pessoas que chegaram antes estavam em pé na cozinha (que é maior do que o apartamento que eu moro). por ali ficamos, olhando a cozinheira fazer e servir os tira-gostos maravilhosos até todo mundo chegar.
quando todos chegaram o dono da casa começou a fazer um tour pelos 2.000 metros quadrados do “palácio”, explicando e contando tudo sobre tudo. começou pelo “foyer” que nada mais era do que o hall de entrada que tem o pé de direito enorme. contou sobre os dois murais pintados por uma sobrinha, nos dois lados ao alto do hall.
a decoração da casa toda mais parece um museu. móveis pesados, esquisitos e muito dourado, muito. o hall fica no meio da sala de jantar e de uma sala que não deve ser usada nunquinha, só de enfeite. depois mostrou o escritório: a mesa dele parecia ter saído do castelo de versailles contrastando com a tv mais moderna que possa existir. o quarto do casal é tão imenso que eles podem brincar de esconde-esconde tranquilamente.
não vou descrever tudo porque voces vão achar um saco, então vou abreviar: são 12 quartos e 15 banheiros. no andar de baixo, onde foi servido o jantar, é a “disney world” da casa: uma adega fantástica com trocentas garrafas de vinho; uma sala com uma bela mesa de sinuca (sei lá se é sinuca ou tem outro nome); um salão com um bar bem bonito (creia-me! sabe bar de hotel antigo?), mais uma sala de jogos com várias máquinas de video-games, e uma sala de cinema, de verdade, com tela do tamanho do bonde e poltronas hiper confortáveis para 25 pessoas. na entrada tem escrito com luz vermelha: theater
nas paredes do corredor e das salas de jogos, várias camisas, bolas, tacos e tudo mais autografados por jogadores famosos de futebol americano, basebol, golf, etc.
ah1, na garagem onde não fui, diz que tem 2 ferraris e um porche.
ah2, atualmente nessa casa moram 3 pessoas, o casal e uma filha que vai casar em breve.
eu não tenho nenhum pre-conceito com gente rica (ou milionária?), de jeito nenhum, mas confesso que me incomoda essa postura do “eu tenho”, que existe em todo o planeta, mas aqui nos eua é gritante. eu acho. sinto que, muito mais do que prazer de curtir as coisas, é o prazer de mostrar.
agora vem um detalhe triste: o dono da casa, que não tem 50 anos, tá doente e parece que o dinheiro não tá conseguindo curá-lo.
e eu fico imaginando o tanto de emoção troncha que esse moço acumulou pra conquistar essas coisas materiais. o tanto de sapo que engoliu, o tanto de marmota que enfrentou, o tanto de estresse que sentiu pra fazer com que suas células se ressintam desse jeito.
e pra não acabar o post no lado triste da história, vou falar do cardápio do jantar:
tira-gostos: aspargos frescos enrolados com presunto de parma (nunca tinha comido essa mistura perfeita e tão simples); camaões naturais, costelinhas de carneiro com molho de alho (hummmmmm), bolinhos de caranguejo (me desculpe, Rô!!!) e uma tortinha que nao provei por isso não sei de era.
entrada: salada bem simples com várias folhas diferentes, tomate cereja e queijo feta
prato principal: calda de lagosta (muito parecida com a que eles importam lá do meu ceará) e um medalhão de fillet (pois é, eles misturam carne com fruto do mar o que eu acho estranho, mas tava uma delícia) acompanhado com pure de batata e pimentão recheado com abrobinhas.
sobremesa: vários docinhos pequenos: bombinhas de chocolate, tortinha de frutas, brownie e tortinha de limão.
antes do jantar, o patrão fez um breve discurso falando da comemoração (eles fecharam um grande negócio) e a parte que eu mais gostei foi quando ele disse, na brincadeira, que esses jantares não seriam constantes. rsrsrs.
no final no discurso, ele avisa que será servido tres tipos de vinho e explica as características de cada um. e a tabaréu aqui bebendo a velha heineken, desejando a hora de chegar em casa pra tirar o sapato apertado e dormir o sono dos justos.

aniversário do vadiando

meu querido vadiando,
escondendoacara.jpg tou tão sem graça, encabulada e até constrangida pelo meu esquecimento. eu sei, eu sei, é inegável a sua importância. afe maria, num sei o que seria da minha vida sem voce, que só me dá alegria e prazer. não fica magoado comigo naum, tá?
eu sei que não tem desculpa pra esquecimento, mas acontece. principalmente quando a memória da gente ta ocupada com tanto movimento. [quem me dera poder formatar esse juízo, apagar um monte de arquivo besta que num serve pra nada. mas num posso nao querido amigo. ginkobiloba pode me ajudar daqui pra frente.]
i am sorry. excuse-moi. me desculpeeeeeeeeeeeeee!!!
posso cantar musiquinha pra voce, mesmo atrasado??? parabéns pra voce, nesta data queridaaaaaaaaaaaaaaaaaa

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comemoremos então os 2 anos de vadiando, mesmo atrasado, porque são muitos os motivos pra celebrar: amizades, camaradagens, ajuda, companhia, diversão, aprendizado, passatempo, alegria, colo, ombro, cumplicidades, emocões, risos…
TIN TIN!! SAÚDE! e muitos anos de vida pro vadiando.
agradecida a voces todos que passam por aqui, e deixam tanto carinho. agradecida aos que entram mudos e saem calados que também são bem-vindos.