o post “das bodas de algodão” ficou meio mixuruca. queria ter escrito mais sobre nossa vida, nossa experiência juntos. falta de tempo é desculpa amarela, mas foi isso, também.
[sábado mais uma amiga virtual virou real. a cynthia veio pra cá com o marido e aí fiquei na função do limpa-arruma e faz comida. foi muito legal encontrá-los. ficamos aqui em casa um bom pedaço e depois fomos almoçar num restaurante à beira d’água, e finalmente comi os tais dos caranguejos, do jeitinho que a gente faz em fortaleza. desculpa adorável, mas estavam uma delícia!!! o mais engraçado foi quando chegamos em casa o paul falou: pela idade dos pais deles, eles podiam ser meus filhos!! hehehe. independente da idade, nos divertimos e tivemos um ótimo dia! (adorei amiga, nos veremos em breve, né?)]
há quem diga que não acredita em amores pela internet. o carpinejar escreveu um texto bem bonito sobre isso., “amor virtual”.
o que “falamos” é o que tem importância pra nós. durante a relação virtual já podemos sentir quem somos, o que valorizamos. mas o amor mesmo, eu acho que só vem depois com a convivência, o olho no olho, ao vivo e à cores.
nosso amor teve pouquíssimo tempo de “pegar na mão”. nos encontramos a primeira vez em fortaleza onde ficamos oito dias juntos, envoltos pela magia da lua e do mel. três semanas depois eu vim para nyc e ficamos mais dez dias, ainda sob a névoa, mas já fazendo planos sobre o futuro breve. um mês e pouco depois eu cheguei em nova iorque para fazer “uma experiência”.
nessa época meu nome era ansiedade. foi um período cheio de turbulências e tempestades de inseguranças. assim nos conhecemos na marra. cheguei a pensar que o nosso barquinho não resistiria e tive vontade de voltar ao cais. mas o tal do amor foi mais forte do que o medo e seguimos nossa viagem, enfrentando as adversidades, impulsionados pelo projeto comum.
um ano mais tarde começamos a sentir a delícia dos ventos brandos. aos poucos as coisas começaram a se encaixar e quando outra tempestade apareceu, já tínhamos aprendido um pouco sobre a arte de velejar.
há quem diga que relacionar-se é complicado… eu digo que é trabalhoso. tem que cuidar, sempre. se descuidar, complica mesmo. sou novata no assunto, é meu primeiro casamento. nunca morei junto antes. a analogia do barco é bacana, mas também gosto de comparar com uma horta. a gente tem que trabalhar todo santo-dia. arrancar as ervas daninhas que teimam em crescer. tem que regar, alimentar, proteger. cuidar com carinho e dedicação. o tempo pode ser um vilão e nós seres humanos temos a mania de relaxar depois que conquistamos. no período da conquista, ficamos mais atentos e depois tendemos a relaxar, como se o barco pudesse seguir sem comando, ou como se a horta sobrevivesse por conta própria. não, as relações são dependentes eternamente, como bebês que precisam de alimentos e atenção. elas não andam sozinhas, desandam.
não tenho receita nem acredito nelas, mas acho que alguns ingredientes são imprescindíveis:
o projeto junto (mesmo que cada um tenha o seu projeto pessoal); respeito; fazer acordos, de preferência antes que o desacordo apareça. ausência de tapetes (pra evitar que se coloque as dúvidas e os incômodos debaixo dele).
e “só” isso não basta. mas sem esses ingredientes a horta morre e o barco afunda!
confesso que, como qualquer um, eu me acomodo de vez em quando. mas a menor luzinha de alerta que acende, volto “aos trabalhos”, imediatamente. se deixar pra lá, vai acumulando… acumulando… e dez anos depois, quando o emaranhado tá grande, nos pergutamos: o que houve? onde errei? nem a memória é capaz de identificar onde “nós nos perdemos”… onde os nós começaram. e haja trabalho pra desatar.
por isso, sigo atenta, pra que esse amor continue crescendo. amém!
p.s. título foi inspirado na frase de mário quintana: “o segredo é não correr atrás das borboletas… é cuidar do jardim para que elas venham até você.”