o ultimo post do danilo antes de voltar pro brasil me emocionou demais! ele fala de nyc de um jeito que quem mora aqui, se identifica completamente.
logo que cheguei aqui, tive exatamente essa sensacao, de que eu ja fazia parte deste lugar. eh como se a cidade nao desse a minima pra voce, ela nao faz cerimonia, nao quer saber de onde voce vem, ou o que voce eh. eh tipo “fique a vontade” porque aqui eh a cidade do mundo.
aqui voce escuta o povo falando outras linguas a cada momento. a cada quadra que voce anda pode ouvir espanhol, italiano, chines, arabe, frances, e ate uma bodega de portugues tenho na minha esquina onde vou todos os dias comprar minha cerveja, e posso falar portugues quando o sr. joaquim eh quem esta no caixa.
ja morei em paris e, embora sempre diga que me sinto em casa, a cidade nao te acolhe deste jeito. no meu caso, eu que acolhi aquela cidade. nyc nao tem ranco. sao tantos diferentes povos vivendo na mesma cidade, que ninguem olha pra voce com julgamentos. a pressa e o desinteresse pela sua vida faz com que a gente se sinta confortavel a cada esquina. vou copiar um trecho do que ele escreveu mas voce pode ler na integra pelo link acima.
…”Pois Nova York não pertence a ninguém. Pertence a todos nós. É a única cidade do mundo em que cada indivíduo que pra aqui vem logo logo se sente dono do lugar. Não daqueles donos que mandam e desmandam. Não senhor. A titularidade sobre a cidade é mais como um acionista da empresa. Por menor que seja sua quota, você se sente também um proprietário. Não acontece com nenhuma outra cidade. Por mais que você se sinta à vontade em Paris, Roma, no Rio ou em Buenos Aires, você é e sempre será um estrangeiro. Quando o habitante local perder todos os argumentos, vai baixar o nível e te negar a propriedade sobre a cidade, fazendo referências a sua origem. Você é um alienígena e não pertence àquele lugar. Paris é dos parisienses. Roma pertence àquele sujeito romano. O Rio é intestinalmente dos cariocas. Buenos Aires, então, é quase de outro planeta, habitada por seres argentinos. Não com Nova York. Nova York é dos italianos, é dos judeus russos e poloneses, é dos irlandeses e também de todos os chineses. Mas é também dos brasileiros e dos colombianos. E, acreditem, até dos franceses é. Nova York também é dos americanos. …Há dois anos era um pouco diferente. Tinha lá aquelas duas torres que vi numa manhã cair. E o presenciar daquele momento me aproximou ainda mais da cidade. Pois a experiência humana só se completa quando, a despeito dos confetes e taças de champagne, é cavada na dor pela perda. Nova York foi violentada. …Guardarei pra sempre a lembrança do som de Gershin e Sinatra, que tinham charme adicional com a introdução da voz aveludada de Jonhattan Schwartz em seu programa de rádio. Como disse um amigo meu certa vez, “Ouvir Sinatra em Nova York é diferente”. Terei muita, terríveis saudades, das caminhadas a pé e da visão dos seus habitantes. …A canção tinha razão, New York, definitivamente, é “a state of mind”