as primeiras notícias

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olá zamigos todos,

pois é, eu achando que mudar pra nyc ia chacoalhar a minha vida! nananina, o desafio ficou bem maior: fiz uma biopsia de um carocinho no peito e o bicho é dos malvados. pense aí, marido saindo de um emprego, mudança pra cidade imensa, viagem pro brasil no meio, amiga suzy chegando no mesmo dia da noticia e eis que vem mais pra gente dá o nome de turbilhão ou como eu mesma costumo dizer “ô putaria”.
durante 4 dias parecia que tinha vindo uma ondona ennnoooollllme que deixou a gente se embolando. e nesse embolado ficamos embraçados, lembrando que o mais importante é o verdadeiro amor. glup! 🙂

apesar do susto, do choque, do assombro, do caos com tanta coisa acontecendo juntomisturado, surpreendentemente tem uma calma, sabe deus de onde vem.
se não deixar o medo e o drama tomar de conta, se conseguir deixar o botão da positividade ligado na tomada, e não deixar o pensamento ir muito longe vivendo uma semana, ou quem sabe um dia a cada vez, a confiança encontra espaço e é ela que eu mais preciso agora.

o desafio é grande, mas tem uma coisa me dizendo que tem uma ordem nesse caos. (como bem lembrou uma amiga, o caos é uma ordem a decifrar – saramago). só mais tarde vou enxergar com os olhos. por enquanto só o coração sente.

hoje é o aniversário da minha mãe que eu planejei comemorar com todos juntos. os netos e bisnetos que moram noutros cantos estão todos aqui. parece natal, só que sem arvore 🙂

por isso tive que encurtar a viagem. a médica quer cutucar mais pra ter mais certeza dos arredores, mas tem uma cirurgia marcada pro dia 9/12 (2014).
a mudança pra nyc vai ficar suspensa por uns tempos, paul está negociando pra ver se vão topar ele trabalhar de orlando.

enquanto isso na sala de justiça, eu me lambuzo de afeto, amores dos abraços e me alimento pra curar o corpo e a alma.

não estou conseguindo lidar com perguntas porque as respostas ainda não chegaram.
estou aqui procurando ativar a humildade, reconhecer que não tenho controle de nadinha e entregar, porque o medo grande pode se tornar o maior inimigo.

vamos passear de mãos dadas pelos verdes campos, na relva, com a brisa leve tocando a pele.
o vento é uma mágica, a gente não vê, só sente e acredita nele.
assim tem outras magicas e eu acredito muito nelas.

fui deixando os dedos falarem, pra poder sair daqui dentro. há de fazer sentido.
ter amigos é TUDO. sou muito grata por ter vocês na minha vida.

fiquemos todos BEM
com sorte, coragem e afeto vai dar tudo certo!

tem dias

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eles estão de costas um pro outro
o céu ainda não está azulado
o cinza predomina
mas é tudo impermanente.
tudo.
inclusive os probelmas.
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e eis que de repente, independente da gente, as cores mudam
mas a gente só vê se tiver ali na frente, de olhos abertos
se não… a imagem do cinza pode ficar no juízo
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os zois ficam as vezes embassados
não tem ray bam que de jeito
porque é da alma que vem a boa visão
é do coração que a vista de apruma
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esses desenhos de todo-santo-dia no céu
devia ser suficiente pra nós se encher de alegria e diminuir as tolices
mas também sei que as tolices fazem parte do desenho
então que tudo seja bonito. mesmo que seja tolo

#domingos

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satisfeito cheio depois da pedalar numa trilha bem bonita.
agora tou no quintal, olhando pro céu que ta com uma bela luz. fiquei com preguiça de ir ali. então a foto vai ser descrita: céu azul-pura-memória-de-algum-lugar com nuvens ralas, branco-pérola-quase-dourado feito pinceladas. pássaros miúdos voam em bando.
depois de escrever a frase, a cor das nuvens mais baixas vai mudando rápido para tons mais escuros.
ai quem dera ser poeta. engoli as palavras quando comecei a registar imagens que eu via.

impermanência

o curso é intensivo. o tempo todo.
muitos dias, falto a aula. muitas outras vezes, até vou à aula, mas escolho não prestar atenção pensando que assim dói menos. tem jeito naum, dói muito mais se faço de conta que nada passa, até quero que as flores das orquídeas fiquem alí, sempre. só se for de mentira, né mãe?!
as de verdade, murcham e passam.

confissões

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achei ali numa gaveta cheia de escritos antigos:
“eu olho pr’aquela lilia-comigo-ninguém-pode e fico meio perplexa
do tanto que eu pensei que era tudo verdade.
e era, mas hoje a verdade muda de nome.
ando vendo tantas certezas se desmanchando feito papelão molhado
lindo e doloroso
tanto dói como alegra
tanto arde como alivia
porque medo desvendado é um bocado de caminho andado
no rumo do sossego.
doida e corajosa de largar o que sustentava…
claro que parece capenga, feels like capenga
mas a verdade (atual) é que é muito mais firme
porque não tá se agarrando em nada
(aquela monja Pema Chodron tem uma imagem forte que é “se agarrar na água”)
e tome medo aflorando
medos que sempre moraram lá dentro…
atrás das sombras que não deixava aparecer
só inventando personagens destemidos e confiantes,
que andavam pra cima e pra baixo com as muletas “invisíveis”,
se achando invencível… e era.
mas essa parte do filme acabou
a tal da meia-idade chegou e o sentido dela fica cada da mais claro
crise – outro filme
sossego não é sol brilhando todo dia
é a serenidade de apreciar a tempestade”
p.s. tirei essa foto e quando fui olhar tinham duas sombras, uia!

primeiro dia do ano

sempre me FAZ muito BEM sair por ai pra ver as belezas e fazer fotos.
é meu bálsamo. é o “está presente”, pelo menos naquele minuto.
ontem acordei bem cedo e fui ver o sol nascer.
fiquei lá meditando, quieta.
chorei. chorei.
fiz um bocado de fotos me lembrando como fotografar virou grande prazer.
anos atrás eu saía com a camera, todos os dias, e voltada cheia de belas imagens. era tipo “vou alí colher alívio”.
muito bom.

recomeço

chegando de volta em casa.
aqui foi minha casa por muito tempo. eu me sentia acolhida e aconchegada por aqui.
mas tive que sair pelo mundo pra compreender as mudanças todas na minha vida.
nem sei se compreendi, mas não tem tem tanta importancia assim.
nesse tempo, uma parte de mim teve que se retirar, entrar em modo pausa, para poder abrir espaço para outras partes se revelarem.
parece que agora é hora de juntar tudo.
seja bem-vindo de volta, vadiando.

florida flores e a vida

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as estações na florida não são bem definidas como no resto do país. em janeiro a gente vê algumas árvores com cores de outono e do outro lado ipês e azaleas florindo. pra quem nasceu e se criou perto do equador onde as estações são de chuva ou de vento, tá bem bom por aqui.
o inverno, se a gente for comparar onde eu morei antes, é uma piada. é a melhor época daqui. a gente se diverte fazendo fogo à noite e à tarde sai pra passear de camiseta.
comecei a escrever esse post em fevereiro. agora já é abril, os ipês amarelos já floraram, as flores já caíram, as azaleas já murcharam e os buganvilles agora é quem estão reinando.
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a gente fica mal-acostumado com essas cores todas. fim de semana passado fomos à nyc rapidinho e eu abestada, nem me toquei que árvores ainda estão toas nuas. mas quem quer saber de folha verde em nyc???
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